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O parlamento pede para levar! E é atendido, mais por mérito do que concessão ao que pleiteia praticamente expressa e voluntariamente.
Não é suficiente à Câmara dos Deputados, por exemplo, o indiciamento de uma deputada, por autoridade policial, como responsável intelectual pelo homicídio do esposo para convocar e realizar reunião de comissão, sessão plenária, o que for, para tratar da sua condição de mandatária a alicerçar sua liberdade e, quem sabe, assim, influenciar em investigações e cognição processual em busca da verdade, mesmo que seja a de sua inocência.
Não lhe abate aos pruridos morais, a necessidade de, diante de sua inércia inexplicável até diante das exceções e restrições pandêmicas, a gambiarra da tornozeleira eletrônica que, inclusive, foi exibida como adorno da injustiça em público, em culto religioso.
Já ao Senado Federal, redunda em nada um de seus componentes ser flagrado com dinheiros em espécie entre as nádegas (sim, lá onde o espinhaço troca de nome)! Tal, que só por relatado, mostrado ou escrito por quem com vergonha na cara já ruboriza tanto a quem redige quanto a quem escreve.
O de mais grave que esta última casa parlamentar entende merecedor de sua manifestação, ou preocupação, é o fato de uma decisão monocrática judicial apresentar matizes de intervenção de um Poder Republicano em outro, isto sim, imediatamente e veementemente repudiado.
Em passo contrário, seu silêncio institucional, dolosamente adotado para dar tempo ao tempo, e durante ele, negociar a saída menos vexatória (como se possível fosse) se materializa em idêntica inércia a, em atendimento aos anseios do homem do dinheiro no cofre glúteo, lhe facultar como, quando e por quanto tempo suspenderá suas atividades públicas.
E deixo muito claro: não bardo aqui por condenação sumária sem a observância do devido processo legal sob o amparo da ampla defesa e do contraditório. E não é pela profissão que exerço, mas por não padecer da insanidade condenatória a qualquer custo e em qualquer tempo, que acomete a tantos por aí.
Minha insatisfação é pelo silêncio, pela ausência de mínima manifestação, ou mera diligência, ou ainda, simulação de movimento na senda da apuração administrativa/política, como se houvesse algum zelo para com tamanhos e tão importantes órgãos da república ou, pelo menos, atenção aos que os daqui da planície possam interpretar.
Ora, venham e digam algo! Nem que seja que "sim, podemos e até estamos acostumados a conviver, tranquila, mansa e até lepidamente com tais práticas por aqui vistas natural e recorrentemente, sendo, por isso, sua apuração e sanção problemas das polícias, Ministérios Públicos e deste tal de Judiciário, que só o que não deve é se meter com os nossos".
Prossigam calados, omissos, esquivos e indiferentes ao fato de que, nem assim, os indivíduos em pauta, como aqueles outros que passaram são colegas seus. Não apenas os tratem, mas os chamem assim. Ah, e antes que eu esqueça, colegas também de correligionários seus de partido daqui da Boca do Monte.
E por falar em esquecimento, para encerrar, insta detectar que o tempo passa e a memória se esvai com uma rapidez só vista neste país, é verdade. Por isso, a estratégia de Vossas Excelências dispõe de tudo para prosperar, como historicamente ocorre.
Mas não para sempre, e jamais diante de todos.